Corre corre cabachinha.
Mas um dia em que a velhota foi ver os netos, resolveu ir pela serra por ser mais perto.
No caminho encontrou um lobo que lhe disse:
- Onde vais, velha?
- Vou ver os meus netinhos.
- Não vais, não, que eu como-te.
A velha pediu ao lobo que não a comesse ainda, porque estava muito magrinha, na volta já estaria mais gorda, porque os seus netos a tratavam muito bem. E trazer-lhe-ia também arroz -doce para a sobremesa. Então o lobo deixou-a ir.
Assim, a velhota chegou a casa dos netos, que a receberam e trataram muito bem. Quando lhe apeteceu voltar para casa, os netos não a queriam deixar voltar pelo caminho da serra, por causa dos lobos. Mas ela, que era uma velha corajosa, teimou que ia, mas dentro de uma cabaça grande para se proteger.
Deram-lhe a cabaça, ela enfiou-se lá dentro e toca a andar que se faz tarde...
Um dos lobos, quando viu a cabaça, perguntou-lhe:
- Ó cabaça, viste por aí uma velha?
A velha dentro da cabaça, disfarçou a voz e cantou assim:
“ Não vi velha nem velhinha
Não vi velha nem velhão.
Corre, corre, cabacinha
Corre, corre cabação”
E pôs-se a correr.
Mais adiante, encontrou outro lobo que também lhe perguntou:
- Ó cabaça, viste por aí uma velha?
E a velha enquanto corria, respondia:
“ Não vi velha nem velhinha
Não vi velha nem velhão.
Corre, corre, cabacinha
Corre, corre cabação”
Assim chegou a casa sem que nenhum mal lhe acontecesse.
Autora: Alice Vieira
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