sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Capuchinho Vermelho

Era uma vez uma menina chamada Capuchinho Vermelho, tinha esse apelido pois adorava andar com a capa vermelha, que a mãe lhe tinha feito.
Um dia, sua mãe pediu:
- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?
- Claro, mãe. A casa da vovó é bem pertinho!
- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que anda um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.
- Está bem, eu vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!
E assim foi. Ou quase, pois a menina foi apanhando flores para a avó, e distraiu-se com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem se aperceber.
Cantando e juntando flores, Capuchinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...
Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Apanhou um grande susto quando ouviu uma voz forte, muito perto de si.
- Onde vai, linda menina?
- Vou à casa da minha avó, que mora na primeira casa, depois da curva do rio. E você, quem é?
O lobo respondeu:
- Sou um simples animal da floresta, e estou aqui para proteger criancinhas como você.
- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que um lobo mau anda aqui por perto.
- Não vi Lobo algum - respondeu o lobo.
- Podes seguir tranquila, que eu não deixo que nada de mal te aconteça.
- Muito obrigada, respondeu Capuchinho Vermelho achando aquele animal muito simpático.
Foi então que o Lobo propôs.
Linda menina, vamos fazer uma corrida, até à casa da avozinha?
Sim, parece muito divertido, e podemos chegar mais depressa a casa da minha avó.
Então o Lobo saiu correndo na frente, rindo e pensando:
(Aquela idiota não sabe de nada: Vou jantar a avó e ter a netinha de sobremesa... Uhmmm! Que delícia!)
Quando chegou à casa da avó, Capuchinho bateu na porta:
- Avó, sou eu, Capuchinho Vermelho!
- Pode entrar, minha netinha. Puxa o trinco, que a porta abre.
A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...
Chegou até a cama e viu que a avó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da avó, os óculos da avó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.
- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamã preparou. Quero que fique boa, e volte a ter sua voz de sempre.
- Obrigada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).
Capuchinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:
- Avó, a senhora está tão diferente: porquê esses olhos tão grandes?
- É para te olhar melhor, minha netinha.
- Mas, avó, porquê esse nariz tão grande?
- É para te cheirar melhor, minha netinha.
- Mas, avó, por que essas mãos tão grandes?
- São para te acariciar melhor, minha netinha.
(Nssa altura, o lobo já não achava graça à brincadeira e queria comer logo a sua sobremesa. Aquela menina não parava de fazer perguntas...)
- Mas, avó, porquê essa boca tão grande?
- Quer mesmo saber? É para te comer!
- Ai! Socorro! É o lobo!
A menina corria e gritava, com o Lobo correndo atrás dela.
Por sorte, um grupo de caçadores ia a passar por ali e ouviram os gritos de Capuchinho.
Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.
Já todos se preparavam para comemorar, quando Capuchinho disse:
- Acho que o lobo devorou a minha avozinha.
- Não se desespere, pequenina. Alguns Lobos desta espécie engolem a comida, sem mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...
Com um enorme faca, o caçador abriu a barriga do Lobo de cima abaixo, e de lá tirou a avó inteirinha.
- Viva! Avó!!
E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a avó, que já não se lembrava que estava doente
O lobo mau tinha morrido e tudo estava em paz na floresta.

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